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Música na aula - Caboclo na cidade

Caipira picando fumo
Caipira picando fumo - Óleo sobre tela - Almeida Junior, 1893


Terceira de três postagens com músicas para serem trabalhadas em Geografia. 

Caboclo na cidade

Chitãozinho & Xororó


Terceira postagem, de uma série de três, para serem utilizadas em Geografia, ao trabalhar a sub-região nordestina do Sertão. No caso desta música especificamente, não é tratada a questão do nordestino, mas sim o migrante da região Sudeste, com o objetivo de mostrar aos alunos que o processo migratório ocorre em outras regiões além do Nordeste.
Clique no título das músicas abaixo para acessar as postagens correspondentes.
  • Chover
    • primeira música apresentada, que retrata a questão da chuva no Sertão.
  • Lamento Sertanejo
    • apresentada nesta postagem e trata a situação do sertanejo na cidade  
  • Caboclo na cidade
    • utilizada para mostrar aos alunos que as migrações também acontecem em outras regiões.

Boa aula!


Letra da música Caboclo na Cidade, de Dino Franco e Nhô Chico, interpretada por Chitãozinho & Xororó.


Seu moço eu já fui roceiro
No triângulo mineiro
Onde eu tinha o meu ranchinho.

Eu tinha uma vida boa
Com a Isabel minha patroa
E quatro barrigudinhos.

Eu tinha dois bois carreiros
Muito porco no chiqueiro
E um cavalo bom, arriado.

Espingarda cartucheira
Quatorze vacas leiteiras
E um arrozal no banhado.

Na cidade eu só ia
A cada quinze ou vinte dias
Para vender queijo na feira.

No demais estava folgado
Todo dia era feriado
Pescava a semana inteira.

Já faz mais de doze anos
Que eu aqui estou morando
Como eu vivo arrependido.

Não me dou com essa gente
Tudo aqui é diferente
Vivo muito aborrecido.

Não ganho nem pra comer
Já não sei o que fazer
Estou ficando quase louco.

É só luxo e vaidade
Penso até que a cidade
Não é lugar de caboclo.

Até mesmo a minha velha
Já está mudando de idéia
Veja só como passeia.

Vai tomar banho de praia
Está usando mini-saia
E arrancando a sobrancelha.

Nem comigo se incomoda
Quer saber de andar na moda
Com as unhas todas vermelhas.

Depois que ficou madura
Começou a usar pintura
Credo em cruz que coisa feia.


Minha filha Sebastiana
Que sempre foi tão bacana
Me dá pena da coitada.

Namorou um cabeludo
Que dizia Ter de tudo
Mas foi ver não tinha nada.

Se mandou para outras bandas
Ninguém sabe onde ele anda
Minha filha está abandonada.

Como dói meu coração
Ver a sua situação
Nem solteira e nem casada.

Voltar "pra" Minas Gerais
Sei que agora não dá mais
Acabou o meu dinheiro.

Que saudade da palhoça
Eu sonho com a minha roça
No triângulo mineiro.

Eu não sei como se deu isso
Resolvi vender o sítio
Para vir morar na cidade.

Seu moço naquele dia
Eu vendi minha família
E a minha felicidade!


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